A arte nos alienados tem sido
objeto de apurados estudos por parte de alguns psiquiatras. Assim, entre os
inúmeros trabalhos aparecidos de 1876 até hoje, podemos citar os seguintes (3):
Nesta referência número 3 está escrito no rodapé:
“No fim deste trabalho, na parte referente à bibliografia, daremos uma
lista desenvolvida dos autores e das obras aparecidas até hoje, concernentes ao
assunto”.
Continuando o texto:
Simon (4) em 1876 publicou uma curiosa
análise de desenhos, pretendendo especificá-los em cada caso para chegar como
meio, a um diagnóstico certo de moléstias mentais.
Lombroso (5) em 1889 reuniu as
produções artísticas de 107 doentes que começaram a pintar ou esculpir depois
da moléstia. Ele foi o primeiro observador que chamou a atenção para a
semelhança da arte de alguns alienados com a arte primitiva e considerou,
genuinamente, as obras artísticas desses alienados como uma espécie de atavismo
à infância da humanidade. Lombroso observou que há doentes que mostram
capacidades originais de inovação: esta originalidade, diz ele, chega às vezes
à singularidade, à rareza, a qual é todavia explicável logicamente quando se
aprofundam nas ideias dos doentes e se compreendem a liberdade e a largueza com
que se move a sua fantasia.
Nas referências de números 4 e 5 há as citações de rodapé:
4 – L’imagination dans
la folie. Étude sur lês dessins, plans, description et costumes dês alienées.
Ann. med. Psychologiques, 1876.
5 – Sull’arte nei pazzi. Arch. Di Psichiatria e scienze legale, 1880.
Morselli (1) em 1894 também se
preocupou com os desenhos dos alienados.
Em Portugal, Julio Dantas (2)
publicou em 1900 uma interessante monografia sobre as produções artísticas do
Hospício de Rilhafolles.
Rogues de Fursac (3) em 1905
reuniu em volume algumas produções artísticas de vários alienados.
Nas referências de números 1, 2 e 3 há as citações de rodapé:
(observação: o autor reiniciava a numeração das notas de rodapé a cada
página)
1 – Manuale di semiotica delle malattie mentale. Milano, 1894.
2 – Pintores e Poetas de Rilhafolles. 1900. Lisboa.
3 – Les écrits et les dessins dans les maladies nerveuses et mentales,
Paris, 1905.
Dos muitos trabalhos aparecidos
ultimamente, mencionaremos ainda os seguintes: H. Prinzhorn, “Das bildnerische
Schaffen der Geisteskranken”, publicado no Zeitschrift f. d. ges. Neurologie
und Psychiatrie, Berlin, 1919. “Bildnerei der Geisteskranken”, do mesmo autor,
obra notável, rica em observação, constituindo um grosso volume de 361 páginas,
com muitas reproduções de desenhos em cores, pelo que representa o trabalho
mais completo, neste gênero, destes últimos tempos. “Bildnerei der Gefangenen”,
também do mesmo autor, trabalho recente, publicado em 1926. “Ein Geisteskranker
als Kunstler”, de Morgenthaler, obra saída em 1921, na Alemanha, onde se
encontra já a aplicação da psicanálise na interpretação dos trabalhos
artísticos de um esquizofrênico. “L’art et la Folie” de Vinchon, publicado pela
livraria Stoch, de Paris, em 1925.
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